a chuva chega
banhando a calçada,
revelando uma outra palmeira
aquela que talvez não exista,
talvez não resista
ao forte calor da tarde
agora , frutifica no silencio de um sonho
escrevendo no chão, suas raízes
profundas
este também é o meu,
o teu espelho?
somos a imagem de nós mesmos,
verticalizando o inexplicável ?
reflexões de uma tarde úmida em Belém
na Estação das Docas, na Estação das Chuvas
Tuesday, December 31, 2013
Friday, November 08, 2013
a visita
a chave congelada
é lançada
sobre a palma da mão
do visitante
pródigo
sem
a presença real
da sentinela oculta
o dia inicia frio
com o aceno do atrás
da porta
vazio
e a fuga punitiva
torna-se culpa
beijo inacabado
impreciso
sem o sabor
do hálito
a sentinela
oculta
oculta-se
ainda mais
cobre-se com
o cobertor
que envolve
o corpo sem toque
este é seu prazer...
fecha-se
atrás de sua alma porta
e busca
a submissão da visita
usando como açoite
o olhar vazio
o abraço vazio
o corredor vazio
enquanto o visitante
suplica,
aguarda,
que a doce palavra
frutifique
alcançando os degraus,
sem o peso,
de seus pés
vazios
Sunday, August 18, 2013
Revelação
vejo
o som do tom
do batom , morto
na gola da blusa
sorrir
no olhar atônito
da mulher muda
o batom são lábios
líbios,libaneses
frutos de uma boca oca
fotografia - toque - sentimento
aceno de traição
surda
e assim
o pensamento vaga
vagalume, onda
no código de barra
do beijo em desalinho
selo carmim
o batom karma,
Kama Sutra , mancha
açoita a paz
antes absoluta
o batom karma,
Kama Sutra , mancha
açoita a paz
antes absoluta
qual a cor do batom
deixado pela marca,
do beijo de judas?
Saturday, July 27, 2013
ouro de tolo
a moeda ouro
pela metade
metade cofre
metade sua
esconde a fome
que há na rua
na moeda fria congelada
que apodrece o homem
que não se curva
que não se cansa
que não se cura
pela verdade
pela metade
metade cofre
metade sua
esconde a fome
que há na rua
na moeda fria congelada
que apodrece o homem
que não se curva
que não se cansa
que não se cura
pela verdade
Friday, April 19, 2013
Face
o
olho
atende
acende
a minha
voz
na tela
cibernética
fria
que olha
a rua passando
como posso esconder
roupas sujas
no divã?
o olho
tece
destece
fotos
nas janelas
net
e pendura
como verduras
em feiras urbanas
restos apodrecidos
sobre os paralelepípetos úmidos
de ruas estreitas,
olhos estreitos,
vidas estreitas,
mentes estreitas.
e
o olho
acende
seu rancor
ferve
serve
de farol
neste mar de incertezas
como esconder
pirulitos
sob lenços de papéis sonolentos?
com certeza
formigas serão
atraídas
por trilhas químicas
não tenho como
me defender
xeque-mate
estou sozinho nas ruas de Boston
olho
atende
acende
a minha
voz
na tela
cibernética
fria
que olha
a rua passando
como posso esconder
roupas sujas
no divã?
o olho
tece
destece
fotos
nas janelas
net
e pendura
como verduras
em feiras urbanas
restos apodrecidos
sobre os paralelepípetos úmidos
de ruas estreitas,
olhos estreitos,
vidas estreitas,
mentes estreitas.
e
o olho
acende
seu rancor
ferve
serve
de farol
neste mar de incertezas
como esconder
pirulitos
sob lenços de papéis sonolentos?
com certeza
formigas serão
atraídas
por trilhas químicas
não tenho como
me defender
xeque-mate
estou sozinho nas ruas de Boston
Sunday, March 24, 2013
no caminho de casa
na esquina,
cruzando semáforos velozes ,
a fumaça eterna , açoita teus olhos.
longe da fome das marés dos meninos esquecidos.
ferindo frases confortavelmente,
sento e seduzo através da iris embaçada da sala - cubro,
as paginas do livro esquecido sobre a mesa posta,
amarrotada - como mensagens embrulhadas ,
desditas na rua.
quando nada é tão perfeito, navego
no aceno brando,
deixando a proteção aparente do lago sereno,
para que nada seja possível esquecer.
pelo menos encontro,
face a face ,
o fio da lâmina - afiada
com o suor do rosto úmido,
cicatrizado ,
transporto apenas o fio fino da teia, ao rosto marmorizado
e privo os sentidos
da chuva ácida de tuas palavras verdes,
sublinhadas.
acelero,
e a porta semi-aberta da tua alcova,
emoldura, na faixa branca do asfalto
mangueiras perfiladas.
finjes não perceber...
cruzando semáforos velozes ,
a fumaça eterna , açoita teus olhos.
longe da fome das marés dos meninos esquecidos.
ferindo frases confortavelmente,
sento e seduzo através da iris embaçada da sala - cubro,
as paginas do livro esquecido sobre a mesa posta,
amarrotada - como mensagens embrulhadas ,
desditas na rua.
quando nada é tão perfeito, navego
no aceno brando,
deixando a proteção aparente do lago sereno,
para que nada seja possível esquecer.
pelo menos encontro,
face a face ,
o fio da lâmina - afiada
com o suor do rosto úmido,
cicatrizado ,
transporto apenas o fio fino da teia, ao rosto marmorizado
e privo os sentidos
da chuva ácida de tuas palavras verdes,
sublinhadas.
acelero,
e a porta semi-aberta da tua alcova,
emoldura, na faixa branca do asfalto
mangueiras perfiladas.
finjes não perceber...
Thursday, March 14, 2013
poema para o dia em expansão no tempo
ontem, no hoje
no sempre dia
é na noite que
o pó, tecido
enlaça a vida
transformando
o sim no não
o não no sim
eternecendo assim,
o genoma
poesia
no sempre dia
é na noite que
o pó, tecido
enlaça a vida
transformando
o sim no não
o não no sim
eternecendo assim,
o genoma
poesia
Sunday, March 10, 2013
Buraco Negro
deixo o travesseiro dormindo, o mesmo sono
e deito a cabeça pesada em outros portões
liberto as libélulas para vôos rasantes.
na superfície d'alma
do som do sino
ouvido
O
sopro,
pleno e perdido,
do sino do som invertido.
tece o mistério no rosto do incompreensível
o mesmo sono, permanece no travesseiro sozinho.
e deito a cabeça pesada em outros portões
liberto as libélulas para vôos rasantes.
na superfície d'alma
do som do sino
ouvido
O
sopro,
pleno e perdido,
do sino do som invertido.
tece o mistério no rosto do incompreensível
o mesmo sono, permanece no travesseiro sozinho.
Sunday, January 13, 2013
Despejos
hoje alcanço
o olhar do Tigre em mim
a fuga de uma ocidental solução
para sonhos fluidos
desejos do poder absoluto
sejam eles rasos ou profundos
despejos
hoje alcanço
o encontro familiar no domingo
ensolarado, com flores no alpendre
conheçendo a tua fúria
que desperta o medo
e adormece o ramo de oliveira
por que me sinto muitas das vezes
o universo?
alimentando galáxias religiosas?
buracos negros?
agora não posso desperdiçar margarinas
em pães dormidos
quero apenas fixar o olhar nas estrela distantes
deitar ao teu lado
longe do dedo em riste - da soberba
hoje é tudo o que quero...
o olhar do Tigre em mim
a fuga de uma ocidental solução
para sonhos fluidos
desejos do poder absoluto
sejam eles rasos ou profundos
despejos
hoje alcanço
o encontro familiar no domingo
ensolarado, com flores no alpendre
conheçendo a tua fúria
que desperta o medo
e adormece o ramo de oliveira
por que me sinto muitas das vezes
o universo?
alimentando galáxias religiosas?
buracos negros?
agora não posso desperdiçar margarinas
em pães dormidos
quero apenas fixar o olhar nas estrela distantes
deitar ao teu lado
longe do dedo em riste - da soberba
hoje é tudo o que quero...
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