Sunday, March 24, 2013

no caminho de casa

na esquina,
cruzando semáforos velozes ,
a fumaça eterna , açoita teus olhos.
longe da fome  das marés dos meninos esquecidos.

ferindo frases confortavelmente,
sento e seduzo através da iris embaçada da sala - cubro,
as paginas do livro esquecido sobre a mesa posta,
amarrotada - como  mensagens embrulhadas ,
desditas na rua.

quando nada é tão perfeito, navego
no aceno brando,
deixando a proteção aparente do lago sereno,
para que nada seja possível esquecer.

pelo menos  encontro,
face a face ,
o fio da lâmina - afiada
com o suor do rosto úmido,

cicatrizado ,
transporto apenas o fio fino da teia, ao  rosto marmorizado
e privo os sentidos
da chuva ácida de tuas palavras verdes,
sublinhadas.

acelero,
e a porta semi-aberta da tua alcova,
emoldura,  na faixa branca do asfalto
mangueiras perfiladas.

finjes não perceber...

Thursday, March 14, 2013

poema para o dia em expansão no tempo

ontem, no hoje
no sempre  dia
é na  noite que
o pó,     tecido
enlaça a   vida
transformando
o sim no não
o não no sim

eternecendo assim,
o genoma
poesia

Sunday, March 10, 2013

Buraco Negro

deixo o travesseiro dormindo, o mesmo sono
  e deito a cabeça pesada em outros portões
    liberto as libélulas para vôos rasantes.
                   na  superfície d'alma
                       do som do sino
                            ouvido
     
                                O

                             sopro,
                     pleno e perdido,
               do sino do som invertido.
   tece o mistério no rosto do incompreensível
o mesmo sono, permanece no travesseiro sozinho.