Tuesday, August 07, 2012

ilha da armadilha

na ilha
da armadilha

o silencio
é a primeira cilada

a prisão
que alimenta fios de músculos e ossos
poças de olhos

bolhas de óleos  presas

a prisão
arquiva  teu fígado,
pulmões, sobrancelhas
unhas com hematomas

aprisiona a tua fúria,
a rude palavra

no arcabouço
de tua fé-desdita

a prisão
debruça,
sobre fogueiras que queimam
a tua alma faminta-pequenina.
a liberdade aflita

na ilha,
a alma
sucumbe,
muitas das vezes
a um soco no estomago

a um beijo
de outra prisão,
talvez um doce aceno.
de sombras sobras
ácidas

uma gota de veneno
na tarde ensolarada
perfeita, agonizante

na ilha - o silencio
o meu          o teu 


oceano ...