Friday, April 19, 2013

Face

o
olho
atende
acende
a  minha
voz

na tela
cibernética
fria
que olha
a rua passando


como posso esconder
roupas sujas
no divã?

o olho
tece
destece
fotos
nas janelas
net

e pendura
como verduras
em feiras urbanas
restos apodrecidos
sobre os paralelepípetos úmidos
de ruas estreitas,
olhos estreitos,
vidas estreitas,
mentes estreitas.

e
o olho
acende
seu rancor
ferve
serve
de farol
neste mar de incertezas

como esconder
pirulitos
sob lenços de papéis sonolentos?

com certeza
formigas serão
atraídas
por trilhas químicas

não tenho como
me defender
xeque-mate

estou sozinho nas ruas de Boston


No comments: