Sunday, April 15, 2007

sete de maio


pai


o teu verde olhar, incompreendido

cabe como uma luva no meu sonho

somos elo, arcabouço e distância


agora não desvio teu sorriso

aceito, como o oceano aceita o rio - conhecimento

sinto o roçar da barba por fazer

e o unipresente silencio da tua mão falando


o tempo frutifica a torre da memória - lava

a fome chega, e o alimento farto do ensino

corrige o curso do caminho ,

debruçando o olhar na bússola perdida


a oração da noite é página de um livro

sem letras, de uma brancura serena - canção de ninar

ouço estórias na escuridão dos candieiros - refletidas

no fogo do vagalume , ponto de luz no dedo do extraterrestre

apontando teu colo , o qual ainda pertenço


na lembrança

trilhos conduzem a distantes estações

algumas delas, sei

que o teu sorriso doce,

são braços na espera


asas

na escuridão


3 comments:

Tilion Ever said...

A imagem rara de um homem bom, sem maldade na mente, puro e enganado pelos malfeitores da vida, um poderoso pensador de mão cheia nas fantasias de um sonhador. Pai de genética, pai de fenótipo. Iguais a muitos outros Pais que não sabiam como criar os seus filhos, mas amálos sem limites de liberdade dando a eles um poderoso descontrole da mente no sentido de não terem limite de pensar ou de não terem viseiras igual a um cavalo como muitos Pais fazem. Sendo que ele foi o único no mundo inimitável, porque é meu Pai.

Tilion Ever said...

carrapatoamadorecido !

Iberê M. P. Bezerra said...
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