àguas barrentas , manhãs e tarrafas
ofício do olhar perdido no horizonte
peixes
entrelaçando raízes submersas
na razão do existir do pescador
mistériosa boca escura da noite - o sonho
o menino nasce
envelhece,
no
rosto veloz da
rua genética
o tempo cultua - o tempo
o tempo do menino
solitário que
a mesa
posta oferece,
são frutos d'agua
o aprendizado refletindo a superfície
no mais profundo obscuro
quando, percebemos a travessia
a fome chega - e a luz enfim apodera
a canção do vento insondável
que açoita nossa porta