Sunday, October 14, 2012

o aceno do ribeirinho

dias estranhos
na palma da mão
soprados em beijos sutis
como palavras aranhas tecendo paredes

viajam invisíveis na rosa-do-vento
adormecida na superfície do rio

o rio,
a vara fincada por quem?

balança  nervosa
pesadelos

o rio me diz de destino
e a criança em mim
sente medo

o olhar ralha
adormecido, tristonho
seguindo da popa
o aceno da vida
agora ligeira

mesmo sabendo
que o ritmo que finca

habita a margem
agora contendo
segredos

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