Através da janela do carro emoldurada tarde cinza surpreende, tece com fios de luz sua serenidade. Não pude resistir e convidei minha imprudência para um clic em movimento, transgressão em ritmo de velocidade. A poesia da foto imaginada e revista em lapso de tempo, tornou-se fato - sensibilidade - desculpem, mas o acaso brindou-me com o sussurro da eternidade.
Vem
Traz o sono leve o sonho breve
(quando todas as portas fecham)
Talvez existam janelas entreabertas
ancoradas em nossas noites
Vem
o campo é santo
e as abelhas passam zumbindo
em busca de flores perfumadas
Mesmo que os sinos soem
anunciando o pouso
Mesmo que seja outono
e as folhas dormitem
antigas ilusões em nosso peito
faz dessas estranhas colméias
o doce abrigo da espera
camas, olhos, caminhos ...
Vem
e beija a superfície d'alma
neste toque delicado de libélula
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