Sunday, October 15, 2006

a luz na tarde cinza


Através da janela do carro emoldurada tarde cinza surpreende, tece com fios de luz sua serenidade. Não pude resistir e convidei minha imprudência para um clic em movimento, transgressão em ritmo de velocidade. A poesia da foto imaginada e revista em lapso de tempo, tornou-se fato - sensibilidade - desculpem, mas o acaso brindou-me com o sussurro da eternidade.

Vem
Traz o sono leve o sonho breve

(quando todas as portas fecham)

Talvez existam janelas entreabertas
ancoradas em nossas noites

Vem
o campo é santo
e as abelhas passam zumbindo
em busca de flores perfumadas

Mesmo que os sinos soem
anunciando o pouso

Mesmo que seja outono
e as folhas dormitem
antigas ilusões em nosso peito

faz dessas estranhas colméias
o doce abrigo da espera

camas, olhos, caminhos ...

Vem
e beija a superfície d'alma
neste toque delicado de libélula

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