Manhã cedo 1959, menino marajoara a galope na máquina do tempo, seguro pelas rédeas da mãe Iêrêcê (assim mesmo, como ela gostava, cheio de acentos). Um, dois, milhares de promesseiros , impressão primeira - digital do dedo polegar - o toque do simbólico.
Quando o caudaloso rio humano invade as avenidas da cidade morena encantada - CHEGA OUTUBRO. Transportam-se mistérios de se(mentes) flutuantes . Assim chegam o mangue, os pássaros, os botos , a alma da floresta - as forças do encantamento povoam as cabeças e as entranhas da serpente humana. São casas, braços, mãos pés descalços, embarcações ribeirinhas navegando em sonhos de miriti. Restos das velas coloridas agora ornamentando punhos e mentes.
"Vóis sois o lírio mimoso ... " enquanto as vozes da emoção envolve os corações, a Santinha segue em sua leveza conduzindo a correnteza da verdadeira esperança - a fé.
MIRITI CÌCLICO
Si o rio
Ri do cio
De si
O Círio
Ri o rir
Do riso ir
Em ci
Certo
Seria
Sermos como grãos
areia
O cicio
De si
rindo o riso
Em mi
(canções)
mas
Si o olho de ci
Olha no olho em mim
Surgem elos
Cera
Corda
Boiúna
no intimo do rio
margens passam
sementes passam
E a mãe do rio enfim amarra
Fitas (im)pulsos
No ritmo,
na correnteza,
da travessia
Em nós