Saturday, September 23, 2006

Nos caminhos do rio

Nos caminhos que agora velejo
Crescem horas e verdades
(sob a luz de distantes candieiros e àvidos besouros)

E quando perdidos em pensamentos - escrevo
Fluem de meus longos dedos
Gotas de orvalho, memórias e madrugadas
Sinto as raízes de tudo
Edificando as bases dos novos e perenes sonhos

Já não são sonhos tão lúdicos, mas nem por isso enfadonhos
São mantos delicados acolhendo anseios
De um velho menino

Que segue, segue, segue ...

Garimpando asas, céus azúis, anzóis e novas amizades

Hoje
Os eternos fantasmas são apenas brisa soprando
(no rosto que protege o sorriso no ancoradouro)

O permanente fitar do rio
Busca incessantemente a margem oposta, procurando o menino
Que brincava com seu olhar, além rio, ruas e lugares.

Observando aquela cidade
Todas as cidades reunidas fundem-se
Em suas Igrejas, cheiros, silêncios, músicas, palavras subscritas

Tenho medo
Tenho medo de que o encanto, perfumalize e desapareça

Evaporando as sementes, os peixes, a correnteza, o rio
E a razão da certeza

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