Sunday, January 18, 2015

O renascer da trilha


 

A via

Chama

 

A floresta

Chama

 

E os sonhos

Do menino no

deslumbramento

Clamam

 

Encantamento puro

 

Seus pés criam asas,

Serpenteiam folhas,

Frutos caídos,

Troncos umedecidos,

Trilhas retorcidas .

 

E a vontade inconsciente

Rodopia nas copas

Das arvores perfiladas,

Ofuscam os sentidos

 

O frio medular

Petrifica

 

A vergonha

O desamparo

A impotência

O desespero

 

Um tsumani

Explode em sua cabeça

O corpo retorce

 

Cipós,

Aprisionam sentimentos,

Asfixiam,

O gigante sem forças

Exaurido,

Cai de joelhos

 

apenas

 

O menino e o velho

Repensam diferenças,

Limpam as feridas,

 

Contam estórias

Só não sorriem,

Pois o instante é tenso

Falam de bússolas,

Estrelas cadentes,

Lagoas cheias de garças brancas

Travessia em botes de folhas verdes

Ou braçadas  no lago por entre serpentes?

 

E os sentimentos dos que estão distantes?

 

Seus amigos,

Seus parentes,

Seus algozes,

Os desconhecidos que passeiam no parque sorrindo,

Os que navegam na internet

O condenado na Indonésia

A fila do supermercado

 

Sou Challie  Hebdo aqui ?

 

 a floresta não perdoa,

 lança um silencio  ensurdecedor.

 

E a pequena caixa alienígena

Aponta a direção

 

E o mundo parece chegando

Lentamente, lentamente,

Através do grito humano frequente,

 

um novo parto...

O renascer das orações na manhã

O peito ardendo em chamas

O grão de areia no universo

 

Pulsando, pulsando, pulsando ...

 

Mas, ainda tenho dúvidas.

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