Thursday, April 05, 2012

monção

no inicio, meio e fim
sobre aquela estiva infinita
encoberta pela chuva
incessante da manhã

ou da tarde?

habitam

frente a frente
a verdade e a mentira

todas as horas...
sorriem uma para outra
brincam de pira maromba

algumas vezes
caminham de mãos dadas
sem palavras
sem passaportes

sem brincos e pulseiras
sem o batom carmim

apenas com um anel
escondido na palma da mão

não ha fronteiras
que impeçam
a dança da sedução
pela qual oferecem seus dotes
(im)perfeitos, pretéritos

algumas vezes confundem
pela rara semelhança da tez serena
pelos traços humanos

são como cavalos de troia
aparecem no jardim pela noite
e assim permanecem
inesperadamente
em sonhos velozes
como sorvete de baunilha
no sol de verão

por elas morremos
seduzimos
matamos

envenenamos rios
no silencio contido
prisioneiro de lições recentes
embebidas em lençóis divinos

são amigas
macho
fêmea

pelas portas abertas

por
princesas
mendigas

estradas litorâneas
que circundam a vida

a vida
a vida

ávidas
divas
impulsivamente vivas

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