os olhos voam ao vento
flutuam como maças
mordidas
na boca profunda - a espera
pela segunda dentada
lembranças e pesadelos
asfixiam
como palavras em novelo
tarrafas
os olhos
umedecidos,
bebem lágrimas,
festejam de forma comedida
no riso sorrateiro
do ancião distante
vejo suas mãos poderosas
adornando a bengala
do vício
o fumo da noite
acariciando
paralepípedos
interligados na cor cinza
ainda assim
o asfalto
esconde as pegadas
do menino urbano
e as folhas amareladas
das mangueira seculares
transitam suas perplexidades
no outono das ruas
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