Saturday, January 22, 2011

Gato e Cão


Rua Infinita

Início de tudo, Gardan caminha por entre o fascinante túnel de mangueiras perfiladas, seculares, sempre como quem observa o inesperado e ao mesmo tempo desconfia silenciosamente do que vê. A grandiosidade destas arvores conferem ao ambiente, uma contemplativa solidão. Bela catedral com seus vitrais invisíveis. O sombreamento entrecortado por filetes de luz, invoca uma prece. Gardan flutua perplexo, encantado com a leveza do lugar.
Lentamente cruzando seu caminho, um pequeno gato cinza com listas brancas. Passos trôpegos. Quem sabe nasceu recentemente? Emite um sonoro miado que ecoa estilhaçando o silêncio antes impenetrável. Gardan observa surpreso, mas prontamente recupera o equilíbrio. Sente um desejo quase incontrolável de querer ajudar, tão desprotegido ser. Recua, sente um medo aterrador, algo o impede deste ato. A razão de Gardan fala mais alto Algo lhe diz que em algum lugar já havia visto esta indefesa criatura., ou quem sabe em futuro próximo voltaria vê-lo . Logo em seguida uma figura de olhar penetrante surge do nada, para e fixa por um lapso de tempo o olhar em Gardan. Com a mesma rapidez que apareceu, seguiu em perseguição ao pequeno gato. Era um enorme cão negro que surgiu das sombras eternas do tempo . Uma voz quase inaudível, diz de uma canção que poderá, sem que isso fosse vontade, causar imensa tristeza a Gardan. A canção saiu rodopiando lentamente, como uma rosa no vento...

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