Friday, November 03, 2006

Amanhecendo em um dia qualquer de novembro

A poesia chega muitas das vezes em forma de oferenda, tijolo por tijolo na construção vertical das palavras doadas. Assim nasceu este poema, a idéia de alguém acordando seus sonhos e lançando intuitivamente por frestas, a voz interior dos inocentes (nem tanto) seres das noites bem dormidas. Agradeço a você minha irmã Ianê, pelo diamante a mim ofertado ao som de uma caixinha de música e sua balarina (você). Esta poesia é nossa(e agora do mundo).
No início era o verbo
mas a noite se foi
(com angustia)
refugiar-se nos
bolsos da calça jeans
dependurada nos sss
dos suspiros vincados
no travesseiro
Então fez-se luz
flash
adormecendo os
insetos
que bebiam meus
sonhos
sonhos que se
escondiam
nos bolsos do blusão
jeans
e o dia penetrou
por entre coxas e
frestas
e todas as coisas que
dormitavam
escorreram pelos
olhos
da janela viva

No comments: