na ilha
da armadilha
o silencio
é a primeira cilada
a prisão
que alimenta fios de músculos e ossos
poças de olhos
bolhas de óleos presas
a prisão
arquiva teu fígado,
pulmões, sobrancelhas
unhas com hematomas
aprisiona a tua fúria,
a rude palavra
no arcabouço
de tua fé-desdita
a prisão
debruça,
sobre fogueiras que queimam
a tua alma faminta-pequenina.
a liberdade aflita
na ilha,
a alma
sucumbe,
muitas das vezes
a um soco no estomago
a um beijo
de outra prisão,
talvez um doce aceno.
de sombras sobras
ácidas
uma gota de veneno
na tarde ensolarada
perfeita, agonizante
na ilha - o silencio
o meu o teu
oceano ...